segunda-feira, 31 de março de 2014

Os 4 Papéis da Comunicação nas Mídias Sociais


O Cláudio Torres (autor de A Bíblia do Marketing Digital) fez uma excelente publicação cujo título foi "Os Quatro Papéis da Comunicação Empresarial nas Mídias Sociais". Resolvi reescrever o texto de uma postagem que fiz em 04/06/2010 em um blog que tive pois gostaria de acrescentar diversos pontos.

Naquela época havia uma empolgação muito grande em relação aos resultados positivos das mídias sociais e majoraram muito os resultados efetivos, mas também muitas coisas se consolidaram e se confirmaram. Uma delas é, como disse o Cláudio Torres:

"Não é a empresa quem decide se vai ou não estar nas mídias sociais, são seus consumidores que decidem se vão usá-las para falar da empresa e de seus produtos."

Assim, a empresa participar das mídias sociais é uma questão de escolha de relacionamento, mas o monitoramento do que é dito não é uma questão de escolha e sim de inteligência. É preciso monitorar o que é dito para tomarmos decisões, isso sem falar que monitorar as mídias sociais pode ser muito mais barato do que gastar grandes cifras em pesquisas (mas uma coisa não exclui a outra). Eu particularmente acredito que a empresa estar nas Mídias Sociais tem potencial de gerar muito mais benefícios que malefícios, mas é importante que essa presença seja efetiva e planejada e não apenas estar lá por estar - coisa que naquela época muitas empresas se lançaram nas mídias sociais devido a "tal obrigatoriedade", mas não tinham condições de gerir mais um canal de comunicação, o que para muitas empresas gerou muito mais problemas do que soluções.

O fato da empresa estar nas mídias sociais ajuda a mapear melhor os seus públicos e entregar uma comunicação mais certeira, além de produtos e serviços mais adequados. Não se deve mais focar apenas no consumidor, principalmente no ambiente digital, é preciso abraçar todos os públicos pois eles estão se comunicando e se relacionando (um funcionário se comunica com um consumidor que se comunica com um investidor, por exemplo), gerando uma necessidade ainda maior de planejar e alinhar as comunicações.

"A atenção do consumidor agora está centrada nas pessoas. São consumidores falando com outros consumidores sobre suas vidas e experiências, e também sobre as empresas e seus produtos. [...] Assim, as empresas tem que trabalhar com este novo veiculo de comunicação, [...] com estratégias baseadas em pessoas e relacionamento, ou melhor, no relacionamento com uma rede de pessoas.

Mas o fenômeno das mídias sociais vai além da simples mudança de foco do consumidor. Nelas as pessoas são ao mesmo tempo produtores e consumidores de informações, profissionais e indivíduos, consumidores falando de produtos e colaboradores falando de suas empresas e empregos. Esta pluralidade, além dos aspectos de marketing e comunicação, levanta questões éticas em torno do papel das pessoas enquanto colaboradores de uma organização."

Como pode-se notar, o plano de comunicação ficou um pouco mais complexo e a necessidade de uma comunicação em que se use todos os meios para prender a atenção dos seus públicos é muito mais importante (friso, IMPORTANTE, não necessariamente obrigatório). A mensagem não pode mais destoar. Não se pode mais falar uma coisa para um consumidor e dizer algo diferente para os funcionários ou investidores. Um descompasso na comunicação com esses três públicos, por exemplo, pode gerar um descrédito muito grande.

O Cláudio Torres lista quatro papéis importantes para serem considerados na comunicação empresarial em mídias sociais. São eles:

(1) Gestão da comunicação empresarial : Focada no mercado e nos stakeholders, estabelecendo a presença da empresa nas mídias sociais, com monitoramento, comunicação institucional e gerenciamento de crises.
(2) Gestão do marketing digital : Focada no consumidor, estabelecendo o relacionamento da marca com seus consumidores, criando fãs da marca, e um atendimento pessoal e diferenciado.
(3) Gestão da comunicação pessoal : Focada nos colaboradores, nas questões éticas e de responsabilidade no trato com suas redes sociais pessoais, treinando as pessoas para que entendam seu papel nas mídias sociais, e sua capacidade de ajudar ou prejudicar a marca.
(4) Gestão do conhecimento : Focada na circulação das informações e do conhecimento, mudando o paradigma da comunicação interna, saindo do foco na gestão de TI e no e-mail, e abrindo caminho para novas estratégias colaborativas, mais eficientes e inovadoras, baseadas em mídias sociais corporativas internas.

Essa maneira é, segundo o autor, a ideal e que pode evitar (na minha opinião, atenuar) as armadilhas e crises.

Observe que tudo começa no plano de comunicação e as mídias sociais nada mais são do que uma FERRAMENTA e não uma estratégia. Muitos dos problemas gerados foram devido ao fato de pensarem na "obrigação" de estar nas mídias sociais e apenas depois pensar numa estratégia que obrigatoriamente tenha tal ferramenta. Se você não tem condições de usar tal ferramenta, melhor mirar em outra, mas essa é uma decisão estratégica sua e você deve estar ciente do que pode estar perdendo e do que poderia ganhar caso tivesse escolhido atuar nas mídias sociais.




domingo, 30 de março de 2014

Vale a Pena Compartilhar Anos de Estudos?

O conhecimento deve ser compartilhado... Pelo menos é o que dizem por aí. Mas, será que vale a pena mesmo compartilhar anos de estudos?

Tenho me feito essa pergunta constantemente.

É difícil você ver que algo está trilhando caminhos escuros, muitas vezes opostos, e você tenta alertar e só recebe bomba na caixa dos peitos. Imagino a angústia de um pai ou uma mãe vendo seu filho seguindo caminhos que eles sabem que vão dar errado (muitas vezes por experiência própria) e os filhos não ouvem somente por ter a cabeça dura demais.

Não tenho filhos, mas tenho amigos os quais quero bem. Fora que eu tenho algo em mim, meio bobo, em que procuro ajudar e não ver as pessoas se dando mal (mesmo desconhecidos e algumas vezes até desafetos). Até hoje, em toda minha vida (quase 30 anos), só tive um VERDADEIRO desafeto e mesmo assim me afasto para não pensar em prejudicá-lo (embora ele tente me prejudicar toda vez que tem oportunidade).

Mas esse não é o problema... O problema está em você alertar as pessoas para o abismo em que estão indo de encontro através de caminhos já trilhados por diversos outros povos e com resultados muito parecidos entre eles. Se de fato é tudo planejado, milimetricamente calculado e estrategicamente implantado é uma discussão longa (meu posicionamento é que muita coisa é sim, mas outras não). Mas o problema não é discutir se é planejado ou não. A questão é discutir o que está ocorrendo, o que ocorreu e o que está por vir. Toda atitude gera uma consequência.

ATITUDES IGUAIS tendem (em maior probabilidade) a terem CONSEQUÊNCIAS IGUAIS. Atitudes iguais em cenários iguais, aumentam ainda mais a probabilidade de terem consequências iguais...

Isso é tão óbvio, correto? Isso, quando a gente fala chega a parecer ridículo. Mas será que é justamente por "ser ridículo" que tantos ignoram e não acreditam em tal "ridicularidade"?

Una a tudo isso ainda uma parcela de vaidade, auto-suficiência e desprezo pelo que julga pensar diferente ou que não satisfaça o que se idealiza. O pensar, o idealizar, o supor, o acreditar, o achar... Isso tudo acabou tomando lugar da realidade dos fatos. Algo como:

"Não! Eu não pensei para ser assim então não pode ser assim."

No plano das ideias tudo é muito bonito e sedutor, mas quando desce a realidade é muito diferente. Todo mundo sabe disso mas boa parte parece ignorar. Ignora porque estão tão convencidos que o seu modo de pensar e agir é o correto, que tudo que deu errado foi por causa de "erros pontuais", por "sabotagem" ou simplesmente porque "alguém atrapalhou".

Mas, voltando ao "conhecimento compartilhado"...

Será que vale mesmo a pena você compartilhar todo seu conhecimento e toda a sua experiência fazendo alertas a pessoas que você gosta, sabendo que elas podem (e vão) de massacrar e, muitas vezes, tentar te aniquilar por causa de um ideal? Será que vale a pena você perder seu tempo tentando mostrar a essas pessoas, muitas delas boas e inteligentes, que o caminho que ela está percorrendo não está levando-a para onde ela deseja chegar?

Não se trata de eu "ser o dono da verdade", se trata de algo que já aconteceu, se trata de experiência e estudo, se trata de relações de causa e efeito. Sim, eu sei que vivemos num mundo altamente complexo e que as relações são múltiplas e que o acaso pode acontecer (e não é tão raro assim acontecer). Mas, será que vale a pena colocar VIDAS em risco? Não falo apenas de caso de "morte", mas também de destruição de planos e sonhos.

Usando a lógica do "beber e dirigir", sabemos que mais de 30% dos acidentes de trânsito fatais tem relação com "álcool e direção". Repare que é uma probabilidade não tão alta, mas as pessoas em sã consciência tentam evitar, correto? Quem não segue essa lógica é chamado de burro e irresponsável, até porque, interfere também em vida de terceiros e não somente na sua vida.

Indo para uma probabilidade mais alta, que tal analisarmos a relação sexual com uma pessoa portadora do vírus HIV sem preservativo. Há uma probabilidade gigantesca de nesta relação a pessoa não portadora ser infectada. Existem casos de pessoas que não se infectam, mas vale a pena se arriscar e "confiar" que você faz parte desse "acaso"?

O que me refiro está muito mais ligado para essa última "probabilidade". Os caminhos percorridos pelo Brasil atualmente está nos levando para um caos gigantesco. Esse mesmo "método" (mais uma vez, não entra na discussão se foi de maneira pensada ou não, mas sim que estão fazendo as mesmas coisas) já foi aplicado em outros locais e os resultados foram catastróficos. É só tomar como exemplo os países vizinhos (mais especificamente a Venezuela) para vermos que o Brasil não trilha por um caminho bom. Se voltarmos ainda mais no tempo, podemos ver os resultados de atitudes tomadas na Europa e na África. Vou além... Nos EUA estão tomando as mesmas atitudes que no Brasil já foram tomadas e veja a situação dos EUA hoje em dia.

Na comunicação e com minha experiência na educação (já fui professor), aprendi que a melhor forma de conscientizar as pessoas é no exemplo e conversando "cara-a-cara", quando não no "choque" em alguns casos. Só que esse "cara-a-cara" está se tornando "caro demais" e "desgastante demais". Talvez seja o caso de compartilhar meu conhecimento "jogando-o para quem quiser pegar" e os interessados virem procurar mais informações. Os resultados, sem dúvidas, serão menos efetivos mas, apesar de parecer contraditório (no ramo da comunicação), acho que será menos desgastante...


sábado, 29 de março de 2014

O Caminho do Controle da Mídia e Censura no Brasil


Hoje paira no Brasil uma atmosfera bastante estranha em relação ao controle do que se expressa e até do que se pensa. Hoje irei me ater ao ponto de controlar o que expressa. Acontecimentos recentes (não tão recentes assim, na verdade) tem mostrado o caminho do controle da mídia, o cerceamento da liberdade de opinião e o veto à liberdade de expressão.

O texto é longo, então decidi quebra-lo em cinco partes: (1) Acontecimentos Preliminares; (2) Rachel Sheherazade; (3) Marco Civil da Internet; (4) Paulo Eduardo Martins; (5) Considerações Finais - Unindo os Pontos.

1 - Acontecimentos Preliminares

De um tempo para cá, o direito de expressar pensamentos mais conservadores está praticamente proibido. Fan Pages e blogs que não compartilham da mesma opinião de caráter esquerdista estão sofrendo ataques sistemáticos de uma militância virtual organizada, muitas delas de caráter profissional (como, por exemplo, a Ruth Sheherazade). Está também ocorrendo um mapeamento de pessoas conservadoras com maior público e ocorrendo ataques sistemáticos à honra e à moral dessas pessoas.

A questão da “militância virtual organizada” não se trata de uma “teoria da conspiração”. Isso existe, basta você procurar notícias sobre o “MAV” e procurar no Facebook grupos oficiais, com filiados a partidos políticos, inclusive separados por cidades. Assim como o MAV, existem também outros grupos que programam ataques organizados para derrubar perfis e fan pages (eu já presenciei alguns) e, inclusive, já vazou quem organizou o ataque aos perfis de Olavo de Carvalho, além de outros como Ana Caroline Campagnolo (Vlogoteca), Bruna Luíza (blog Garotas Direitas, páginas como “Meu Professor de História Mentiu Para Mim”, Bolsonaro Zueiro (que já está na terceira página pois as outras foram derrubadas) e diversas outras. Isso sem falar na única rádio conservadora que existe e que funciona na Web, a Rádio Vox, que sofre tentativas de invasões frequentes, assim como o site Mídia Sem Máscara.

Eu, particularmente, desde as manifestações de junho do ano passado tenho passado por dificuldades de acessar meu Facebook e umas páginas que sou administrador, principalmente logo após fazer críticas a quem está atualmente no poder. Vários relatos de administradores de outras páginas que sofrem as mesmas dificuldades também são frequentes.

Na grande mídia são diversas noticias de vetos e ameaças. Recentemente (fevereiro) o comentarista José Nêumanne Pinto foi demitido do SBT e fez acusações de ligações do diretor do SBT com o PT. Danilo Gentili foi alvo de ataques sistemáticos (inclusive teve sua página oficial derrubada). Lobão é outro que sempre sofre ataques em seus HangOuts, sendo muitas vezes necessário abrir diversos canais para conseguir manter o programa no ar. Há casos de abaixo assinados contra jornalistas (alguns foram demitidos). Isso quando não partem para as vias de fato como foi o caso do blogueiro Ricardo Gama que recebeu 6 tiros na cabeça e milagrosamente sobreviveu.

Enfim... O pensamento único está incrustando nas pessoas. Os mesmos que pregam a “liberdade de expressão e opinião” só aceitam a opinião DELES. Se alguém segue um pensamento diferente, logo é motivo de ataques e processos, muitos deles judiciais.

Para não me estender muito, vou enfatizar os acontecimentos nessa última semana que passou (24 a 28 de março de 2014). Vale ainda ressaltar que esse ano é de eleição, ok?

2 - Rachel Sheherazade

A Rachel Sheherazade desde que começou a ter um posicionamento mais firme contra os desmandos e ataques à moral, vem sendo alvo de críticas, ataques, ameaças, comentários de mau gosto (como desejarem que ela fosse estuprada, por exemplo), abaixo assinados para retirá-la do ar, etc...

Rachel Sheherazade entrou no “olho do furacão” depois de seu comentário sobre o marginal que foi preso num poste por civis devido a assaltos que o bandido realizava na região. A maneira que ela se colocou foi alvo de deturpações e desonestidades na interpretação e as pessoas, sob influência do efeito manada, aderiram. Contudo, a Rachel Sheherazade falou o que grande parte concordava e, assim como ela foi alvo de ataques organizados, a IMENSA MAIORIA estava com ela. Aliás, foi nesse contexto que surgiu a fan page “Ruth Sheherazade”.

Bom... O PC do B entrou com uma representação no ministério público. Vejam esse vídeo de pouco mais de 10 minutos para entender um pouco:



O que essa deputada falou é extremamente grave! Repare que ela fez uso da chantagem do repasse de verba publicitária ao SBT, inclusive uma “análise” da concessão do direito de exibição da emissora, ou seja, VER SE O SBT DEVE CONTINUAR NO AR OU NÃO.

Vale ressaltar que o SBT é a ÚNICA emissora que tem dado espaço a esse pensamento “controverso” (na visão revolucionária). Acaba de chamar Danilo Gentili (grande crítico do atual governo), tem o Luiz Carlos Prates (que também tem posicionamento duro - embora eu discorde de diversos pontos dele) e tem os dois mais queridos da direita na televisão: Rachel Sheherazade e Paulo Eduardo Martins (este último falarei mais logo abaixo).

Essa semana a denúncia contra a Rachel Sheherazade e o SBT foi aceita e será alvo de investigação. Nada demais se não estivéssemos num contexto tão perturbador de Controle da Mídia e Censura no Brasil. Importante guardar esse ponto para análise na conclusão.

3 - Marco Civil da Internet

O Marco Civil da Internet é um assunto polêmico e com diversas controversas. Inclusive, antes de fazer este post eu ia fazer uma postagem somente sobre o Marco Civil da Internet, mas decidi deixar para depois, falando mais detalhadamente sobre o meu posicionamento que é CONTRA.

"Resumindo bem resumidamente", sou contra pois acredito que o governo não deva se meter em questões comerciais da empresa (neutralidade da rede, por exemplo) e muito menos ter uma porta aberta para, através de AÇÕES ADMINISTRATIVAS solicitar judicialmente os dados dos usuários. Isso sem falar que essa é uma porta escancarada para estabelecer o controle sobre a rede pois existirá um aparato legal para as ações. Se antes para você ter a quebra da sua privacidade era complicado, com o Marco Civil da Internet aprovado será um meio de agilizar todos o processo, fora o fato dos servidores serem obrigados a guardar todos os dados de sua navegação por determinado tempo.

A partir do momento que se abre uma brecha para o Estado meter o bedelho, ele vai entrar, ele vai usufruir dessa brecha. E sabemos que hoje em dia o ÚNICO MEIO que temos de obtermos informações com certa neutralidade, ou pelo menos encontrar pontos e contra-pontos, é exatamente a internet pois TODOS, simplesmente TODOS os meios de comunicação são reféns do governo (vide atualmente o SBT) devido a verbas publicitárias (vale lembrar que o Estado cada vez mais aperta as propagandas do setor privado, principalmente caçando algo com o "politicamente correto").

SE HOJE, COM A INTERNET NÃO NORMATIZADA JÁ SOFREMOS DIVERSAS FORMAS DE CENSURA, IMAGINE COM UMA LEI PARA PAUTAR AÇÕES!

Compartilho logo abaixo alguns vídeos para esclarecer. Inclusive, o problema não é apenas a censura na internet, tem também o gigantesco problema do Estado estar querendo se meter NO SETOR PRIVADO, dificultando o desenvolvimento, inovação e INVESTIMENTOS. Sem contar que FATALMENTE isso vai elevar os custos das empresas e a internet ficará mais cara!

Assista aos vídeos. Para acessar o texto do Marco Civil da Internet que foi aprovado, acesse o link “Marco Civil da Internet - Texto Aprovado”.

Marco Civil da Internet = (ignorância)¹³ - publicado em 23/07/2013


AI-5 Digital... Marco civil Regulatório da Internet e a CENSURA - publicado em 21/10/2013


Marco Civil da internet: Um golpe na liberdade - publicado em 12/11/2013


Marco civil da internet - O futuro da web no Brasil - publicado e 19/03/2014

Em relação a esse vídeo eu tenho várias ressalvas, mas a sua essência é boa.

Resposta ao Deputado Jean Wyllys - Marco Civil da Internet - publicado em 19/03/2014


MARCO CIVIL DA INTERNET 'Neutralidade Fake' imposta pelo governo é inaceitável, diz Mendonça Filho - publicado em 23/03/2014


BOLSONARO E O MARCO CIVIL DA INTERNET - publicado em 25/03/2014


Marco Civil da Internet - O ovo da serpente - publicado em 26/03/2014

Importante notar que o texto foi aprovado ESSA SEMANA, mesma semana que foi aceita a denúncia contra a liberdade de expressão da Rachel Sheherazade e da “mudança de formato” do programa “Jornal da Massa” (SBT - Paraná) que resultou na saída dos comentaristas Paulo Eduardo Martins e Ogier Buchi, assunto do próximo tópico.

4 - Paulo Eduardo Martins

O Paulo Eduardo Martins vem fazendo um trabalho fantástico da disseminação do pensamento conservador na televisão. Seguramente, é o que mais se alinha (pelo menos dos que tenho conhecimento). Ele é o ÚNICO jornalista que até o momento concordo com 100% de todos os posicionamentos públicos dele, até hoje não consegui discordar em nenhum ponto.

Paulo Eduardo Martins é um dos poucos que vem fazendo um trabalho pedagógico, mostrando por “A + B” todo o pensamento totalitário revolucionário e divulgando todos os métodos, comprovando historicamente e documentalmente. É um jornalista muito difícil da esquerda combater.

Foi com bastante tristeza que li esse recado na fan page oficial do Paulo Eduardo Martins:


Difícil aceitar essa “mudança de formato” do Jornal da Massa, assim, repentinamente, principalmente porque é um jornal que tem uma repercussão muito grande na internet e um excelente número de telespectadores (acredito que tinha, já que vai perder muito, pois toda a repercussão era exatamente devido aos comentários do Paulo Eduardo Martins).

Vamos fazer uma retrospectiva de alguns vídeos recentes dele? Lembre da denúncia do José Nêumanne Pinto que falei acima e me diga se não faz todo o sentido. Vale ressaltar também que a reeleição de Dilma ficou abalada com o atual escândalo da Petrobrás.

JM SBT - UM ALERTA AO BRASIL SOBRE A REELEIÇÃO DE DILMA


JM SBT - GOVERNO DILMA ARREBENTOU O PAÍS OU EU ESTOU LOUCO?


JM SBT - MARCO CIVIL DA INTERNET É A PRIMEIRA LINHA DO AI-5 PETISTA


JM SBT - PETISTA XINGA PAULO EDUARDO MARTINS E RECEBE RESPOSTA


SBT PR - MARCO CIVIL: O CABRESTO DO PT NA INTERNET


JM SBT - DESABAFO: A DITADURA DO PT


Então… Motivos suficientes para o PT estar descontente com o Paulo Eduardo Martins não faltam, correto? Repare que de TODOS os vídeos mostrados, somente um foi um comentário no jornal da noite (jornal que ele permanecerá, não sabe-se até quando), os demais foram do Jornal da Massa (da emissora do Ratinho), onde o Paulo Eduardo Martins tinha muito mais espaço e faz maior estrago nos revolucionários.

5 - Considerações Finais - Unindo os Pontos

Creio que já dê para ter uma noção do Caminho do Controle da Mídia e Censura no Brasil somente com esses fatos apresentados. Obvio que tem muito mais... MUITO MAIS! Relatei aqui apenas alguns.

Não sei se estão lembrados, mas Silvio Santos também tem um problema bastante significativo em relação ao Banco PanAmericano que sofreu um rombo gigantesco e que precisou colocar o SBT na berlinda para não precisar “ir para a esquina pedir esmola”. Vale ressaltar que boa parte do faturamento das emissoras vem de verbas publicitárias e que grande parte dessa verba vem através de anúncios do governo e empresas estatais (por isso a ameaça da deputada do PC do B é muito séria quando sugere o corte de verba, principalmente quando se tem dividas para honrar e, mais ainda, quando essas dívidas estão vinculadas à emissora que recebe as verbas publicitárias).

Juntando esse fato aos da Rachel Sheherazade e do Paulo Eduardo Martins, principalmente este último que faz duras e convincentes críticas ao governo, é impossível não achar estranho e não “suspeitar” desse Caminho do Controle da Mídia e Censura que o Brasil está trilhando.

O assunto é sério! Se você não concorda com o que é dito e acha que eles devem sim ser calados, não esqueça que no futuro o jogo pode virar e o censura poderá ser você (recado principalmente para os jornalistas).

Na censura adotada pelos militares com o AI-5, sabia-se o que deveria ou não sair e que as matérias foram censuradas. Hoje o problema é mais sério, pois a censura está velada e se tornando não um “Ato Institucional”, mas LEI votada “DEMOCRATICAMENTE” através do engodo e “retórica” (texto bonito, conteúdo perverso). Notem que não estou defendendo a censura do regime militar, estou fazendo uma comparação que hoje a situação está ficando pior.

Vale lembrar que além do Marco Civil da Internet, há também o Controle Social da Mídia que estão doidinhos para aprovar. Este último também tem um discurso bonito ("democratização da mídia"), mas um conteúdo em que se deixa o governo numa posição bastante poderosa (e olha que o governo já tem uma posição poderosa em relação às verbas publicitárias e as concessões).

Enfim, É BOM ABRIR O OLHO para esse Caminho do Controle da Mídia e Censura que o Brasil está traçando...

Observações:

Enquanto escrevia esse texto, vi esse tweet muito estranho da Rachel Sheherazade:



Estranho por quê? Porque ela acabou de voltar de férias...

Recomendo também ler essa postagem do Luciano Ayan: "PT investe cada vez mais em censura: calando Paulo Eduardo Martins, José Neumanne Pinto e Rachel Sheherazade".





sábado, 22 de março de 2014

VERDADE, PERCEPÇÃO e REALIDADE na Comunicação Social: Propaganda e Jornalismo


Se tem uma coisa que me incomoda muito por onde passo e converso com vários profissionais de comunicação (principalmente publicitários e jornalistas) é a total descrença na VERDADE e a tremenda confusão que é feita entre os termos “VERDADE, PERCEPÇÃO e REALIDADE”.

Não pretendo aqui trazer uma discussão filosófica, embora fatalmente eu tenha que ir beber na fonte da filosofia. Pretendo aqui trazer algumas observações bem práticas para ver se acaba de uma vez por todas com essa confusão feita entra “verdade”, “percepção” e “realidade” e depois mostrar como estes termos podem (ou pelo menos deveriam) ser usados na comunicação social, principalmente na propaganda e no jornalismo.

Para começar, uma estória...

Encontrei essa estória narrada pelo Pe Paulo Ricardo em uma de suas aulas e que cabe muito bem para tomarmos como exemplo (Ps: Não sei se ele é o autor). Irei expor somente a situação.

Três cegos foram colocados para entrar em contato com um elefante. Depois do contato, cada um precisou descrever para os outros “o que é um elefante” e debater entre eles para chegarem a um consenso. O cego “T” foi colocado para apalpar a Tromba do elefante. O cego “P” foi colocado para apalpar uma das Patas do elefante. Já o cego “O” foi colocado para apalpar a Orelha.

Obviamente, quando os três ceguinhos foram colocados para discutir e tentar chegar numa definição do que é um elefante, eles não poderiam chegar, jamais, a um acordo mantendo apenas a sua própria experiência. Para chegarem a definição do que é um elefante, eles precisariam juntar as informações e, de preferência, ter acesso às informações que os outros 2 tiveram, além de acreditar no que os outros estavam falando.

Mas, tem uma coisa que seria imprescindível para os três chegarem ao que é um elefante: Os três precisariam ser sinceros consigo mesmo e ESTAR A PROCURA DA “VERDADE”, ou seja, responder a pergunta “O que de fato é um elefante?”.

VERDADE

Na situação narrada, reparem que existe uma VERDADE. O elefante é uma coisa REAL e independente do que digam, ou seja, da PERCEPÇÃO (experiência) que os outros tenham, ele tem suas características que o definem.

O cego “T” está de posse de uma parte da verdade. Ele não estará mentindo quando disser que um elefante é “algo cilíndrico, comprido e flexível”. De fato o elefante tem essa parte narrada por ele, mas elefante não é apenas isso. O mesmo acontecerá com os cegos “P” e “O” quando narrarem suas experiências (percepções).

Os 3, em conjunto, terão uma definição mais próxima do que de fato é um elefante, mas para poder ter essa aproximação os 3 precisam ser honestos o suficiente para assumir que não estavam com uma visão mínima do que é o animal e não trapacear. Além do fato deles terem que relatar com precisão sua experiência, ou seja, sua PERCEPÇÃO, e ela tem que estar também próxima da verdade.

PERCEPÇÃO

A “percepção” já tem relação com o a experiência que os indivíduos têm com o que está exposto. A percepção normalmente é bastante limitada justamente por isso somado ao fato que depende das circunstâncias que cada indivíduo está inserido.

O cego “P”, ao entrar em contato com a pata do elefante, estava sob certas circunstâncias que talvez os outros dois cegos não tenham a oportunidade de estar. Vamos supor que ao apalpar a pata do elefante o cego “P” o fez num dia calor e a pata estava seca e o cego “T” apalpou num dia de chuva e a pata estava molhada. Quando eles forem relatar tais experiências terão “visões” diferentes.

Assim, quando mais experiência você tem com o que foi exposto, mais próximo da verdade você poderá chegar. Agora, se alguém desejar trapacear para não assumir que está errado, chegar a conclusão correta (verdade) será praticamente impossível, juntando todos os pontos.

Vamos supor que tanto o cego “P” e o cego “T” tiveram contato com a pata e a tromba várias vezes. Quando um deles tiver a percepção que o outro teve e não quiser dar o braço a torcer que ele não estava 100% correto e esconder a sua percepção, nunca se chegará ao conceito correto do elefante.

Ou seja, para se chegar a VERDADE é preciso, como já disse, ser honesto o suficiente para assumir que a VERDADE INDEPENDE DA SUA PERCEPÇÃO e que se teve uma experiência limitada. Caso depois se perceba que estava errado, é necessário jogar fora o erro (ou pelo menos deixa-lo de lado, pois pode ser útil depois) e começar a trabalhar com as percepções corretas e sinceras.

REALIDADE

A realidade "é o que é", independente de sua percepção e opinião. Uma diferença importante entre realidade e verdade é que a primeira pode ser apenas uma fração da segunda.

O cego que apalpou a pata do elefante, ele está inserido na realidade caso ele relate o que ele percebeu e essa percepção for a correta. Mas, se ele mentir quanto a sua percepção e relatar de forma diferente aos outros cegos, eles não estarão inseridos na realidade caso não tenham a oportunidade de ter a mesma experiência do cego “P”.

Os outros dois cegos, confiando piamente no primeiro e este sendo um mentiroso, estarão fora da estrutura da realidade embora acreditem piamente que estão dentro dela.

O mesmo acontece se a percepção não for adequada. Vamos supor que no dia em que o cego apalpou a orelha do elefante, ele estava usando luvas de borracha. A verdadeira textura da orelha, ou seja, a textura real, não foi percebida pelo cego que começará a viver e relatar como real algo que não é.

VERDADE x PERCEPÇÃO x REALIDADE e RELATIVISMO

Chegando no ponto mais escroto (perdão pela palavra) e que me deixa mais puto (perdão novamente) e a ideia de dizer que TUDO É RELATIVO ou TUDO DEPENDE DO PONTO DE VISTA.

A relatividade nada mais é do que uma tentativa de justificar e afagar os indivíduos que vivem fora da realidade. A partir que se dissemina que “tudo é relativo”, se está condenando as pessoas a não chegar nunca à mais próximo da verdade e, pior, condenando o sujeito a viver fora da realidade dos fatos.

Como os indivíduos são limitados por natureza, ou seja, nunca conseguirá ter todas as experiências possíveis para se chegar a verdade, vamos desfazer desta e simplesmente incutir neles o que quisermos ou transformar tudo em caos, deixando todo mundo perdido, à deriva.

Notem que não estou dizendo que não existe a “relatividade”. Estou apenas dizendo que nem tudo é relativo e que “essa tal de verdade” existe e é independente de sua vontade ou opinião.

Incutindo a relatividade na cabeça das pessoas (sendo a única “verdade” é que “tudo é relativo”) se terá um indivíduo pronto para ser controlado, manipulado. Como já disse, os indivíduos são limitados por natureza e muita das coisas que têm conhecimento vem através de relatos de terceiros, assim, quando não se acredita mais na VERDADE, é possível construir “verdades” e o sonho de quem deseja poder (ou vender) será realizado e possível. É aí que entra o ditado “uma mentira contada diversas vezes vira verdade”, ou seja, você tira o indivíduo da estrutura da realidade.

Propaganda x Jornalismo

O que tem a ver “Verdade, Percepção e Realidade”, além do “Relativismo”, com a COMUNICAÇÃO SOCIAL, principalmente a propaganda e o jornalismo? A resposta é TUDO.

Não vou entrar aqui na questão da importância da comunicação para as relações (talvez em outra oportunidade eu fale), mas é indiscutível o fato que o ato de comunicar está relacionado a “verdade”, a “percepção” e a “realidade”.

A PROPAGANDA EM SI NÃO TEM COMPROMISSO ALGUM COM A VERDADE, ela trabalha na construção de uma (ir)realidade para fins determinados e com isso brinca com a percepção do público. Por isso que um bom publicitário precisa estudar bastante como os indivíduos percebem as coisas e o que mais chama a atenção destes.

Voltando à situação do elefante, a propaganda quer vender uma “bota pra elefante” e vai trabalhar em cima do público que tem a percepção de que o elefante é a pata, ou seja, o público dele é o cego “P”. Os cegos “T” e “O” ou entenderão nada ou, se na visão deles tudo for relativo, serão atingidos pela propaganda e convencidos de outra “realidade” e comprarão a bota que, claro, não servirá na tromba nem na orelha. Mas, estes últimos convencidos poderão tentar mexer na estrutura da realidade (frustrada, logicamente) e enfiar a bota na tromba do elefante (sufocando-o e matando - depois põe a culpa na propaganda... rs) ou enrola a orelha do elefante e coloca dentro da bota.

JÁ O JORNALISMO DEVERIA TER COMPROMISSO COM A VERDADE (acredito eu), CASO CONTRÁRIO SE TORNA PROPAGANDA (construção de realidade, brincando com a percepção dos indivíduo, para alcançar um fim). Um jornalista deveria investigar os fatos, fazer os contrapontos, ver a credibilidade das fontes e tentar chegar o máximo possível próximo à realidade.

Na estória do elefante, o jornalista deveria “entrevistar” os três cegos, além de outras pessoas e, se possível, ir ele mesmo ter a experiência de apalpar todas as partes do animal para transmitir ao público o conceito mais próximo possível da verdade. Mas, se o próprio jornalista não acredita na verdade, porque ele precisaria ter esse “trabalhão”? Se tudo é relativo, se a verdade não existe, se a minha percepção será fatalmente diferente dos demais, melhor eu fazer um “mix de nada” e mostrar o que me relataram.

Pode até parecer piada, mas infelizmente é assim que age hoje em dia a MAIORIA (não todos) dos jornalistas no Brasil e no mundo. Para dar uma informação, predem-se apenas nos relatos e, pior, quando aparece algo que é contrário ao que ele acredita, descarta “sem dó nem piedade” pois não faz parte dos seus interesses pessoais, ideológicos, objetivos, ou "construção de um mundo melhor".

O publicitário não tem compromisso com a verdade, embora tenha (deveria ter) compromisso com a sociedade e assumir responsabilidade. Já o jornalista, para não ser um agente (um idiota útil de propaganda) precisa ter compromisso com a verdade e, acredito eu, sua responsabilidade é ainda maior, já que este não se pinta de publicitário.

Concluindo...

A verdade existe, depende da percepção, da honestidade intelectual e do compromisso de quem a busca, mas é praticamente impossível chegar a ela em sua totalidade.

A percepção é a experiência que os indivíduos têm com o meio real ou através de relatos que podem ser fieis ou não a realidade.

A Realidade (com “R” maiúsculo) independe de opinião e percepção e pode ser apenas uma parcela da verdade. A “realidade” (entre milhares de aspas) pode ser construída a partir da percepção dos indivíduos, mas, se essa percepção for equivocada, a estrutura da realidade estará quebrada e que estiver “neste barco” estará vivendo fora da realidade.

Quanto ao RELATIVISMO, este é uma ferramenta para tentar manipular indivíduos, tornando mais fácil eles viverem numa irrealidade (ou numa realidade conveniente) e é a “menina dos olhos” de quem está no poder ou deseja chegar a ele.

Como disse no início, este post não tem a pretensão de fazer reflexões filosóficas sobre "Verdade", "Percepção" e "Realidade". O objetivo é apenas mostrar de forma prática o que são "Verdade, Percepção e Realidade" e o uso na Comunicação Social (principalmente na publicidade e no jornalismo).