domingo, 27 de outubro de 2013

Aprendendo a Andar de Bicicleta - “Pedagogia” Divina Para Salvação


O ser humano a todo o momento passa por altos e baixos, em tudo na vida. Seja no trabalho, nos estudos, em momentos de diversão, nos relacionamentos com a família, amigos, colegas de trabalho, vizinhos... Enfim, no dia a dia temos momentos de picos e vales.

Na nossa fé não seria diferente. Muitos já devem ter passado por momentos de empolgação, indo às missas todos os domingos, encontros de grupos paroquiais, visitas a instituições de caridade, faz as orações diárias em casa, reza o terço todos dias e tudo mais que aparecesse para “alimentar” sua necessidade espiritual.

Mesmo tão engajados e tão empolgados, de repente vem aquela “sensação de abandono” e uma vontade repentina de nada mais fazer. Sem explicação alguma a gente perde toda essa vontade que nos fazia muito bem e começamos a “amarrar” para continuar fazendo tudo que nos fazia bem. Inexplicavelmente a gente vai abandonando tudo isso e, quando nos damos conta, caímos novamente no deserto árido e nos sentimos abandonados, sendo necessário outro “empurrão” para voltarmos a tal empolgação.

Acredito que muitos devam se identificar com tudo isso. Eu me identifico fortemente. E, digo mais, isso acontece comigo diversas vezes em poucas semanas.

Por que isso acontece? Foi meditando e assistindo umas aulas do Padre Paulo Ricardo que encontrei umas explicações e comecei a refletir sobre o assunto. Refletindo, cheguei a uma analogia com o aprender a andar de bicicleta, em que o pedalar constantemente é o que fazemos para nos mantermos indo ao céu.

Primeiramente, vamos pensar em algumas etapas que não são raras de se ver durante o processo de aprendizado a andar de bicicleta.

01) Tentar aprender sozinho. Nos apoiamos em diversos locais para tentar o equilíbrio e vemos como é difícil manter este ao mesmo tempo que tentamos começar a praticarmos o ato de pedalar. Temos medo de soltar do lugar que nos apoiamos e cairmos e ao mesmo tempo não conseguimos pedalar nos segurando. É difícil aprender as duas coisas ao mesmo tempo.

02) Pedimos ajuda para nossos pais. Vemos que será difícil aprender a andar sozinho e pedimos socorro ao nosso pai e/ou nossa mãe (ou alguém próximo).

03) Nossa mãe, visando nossa independência e liberdade, nos propõe colocar DUAS rodinhas para nos habituarmos com o ato de pedalar. Depois de um tempo, após nos acostumarmos com o ato de pedalar, passamos para o próximo estágio.

04) Nossa mãe, então, tira uma das rodinhas. Nos sentimos inseguros, se virarmos para o lado errado, a gente cai. Depois de um tempo, nos acostumamos e já nos sentimos seguros novamente, momento de passar para a próxima etapa.

05) Chega o momento de andarmos sem as rodas, o nosso medo e insegurança se mantêm. Sabemos pedalar e já temos um pouco de equilíbrio, mas sem rodinhas as coisas ficam mais difíceis. Nossa mãe então nos acompanha e nos segura enquanto pedalamos e temos a sensação de estarmos pedalando sozinhos. Chega o momento que estamos pedalando sozinhos e não percebemos, mas nosso medo ainda impede de termos essa independência.

Pronto. Aprendemos a andar de bicicleta e a única regra que temos que seguir, agora, é nos mantermos pedalando para não cair. Se paramos de pedalar, a bicicleta vira e caímos.

Na nossa fé, é exatamente assim. A gente tenta levar tudo sozinho, mas somos incapazes (sim... INCAPAZES) de nos mantermos independentes. Precisamos sempre do auxílio divino para chegar à independência e precisamos continuar pedindo ajuda, mesmo quando já aprendemos a “pedalar sozinhos”.

Deus vai nos sustentando durante diversos estágios e, quando já podemos caminhar determinadas etapas sozinhos, Ele nos deixa livre para que possamos nos aprimorar e passar para os próximos estágios. Esses são os momentos de “aridez espiritual”. Se não lutarmos contra esses momentos, vamos abandonar nosso objetivo e voltar a fazer as coisas “como achamos que deve ser feito”.

Por isso, não tenha medo de continuar sua trajetória nos momentos que se sentir abandonados. Deus não nos abandonou, assim como nossa mãe também não nos abandonou quando estávamos passando de estágio por estágio no aprendizado de andar de bicicleta. Quando nos sentimos em apuros, basta recorremos a Ele e pedir ajuda para poder continuar.

“Ah, Fernando... Mas tem pessoas que aprendem a andar de bicicleta sozinhas!”

Sim! Tem... Mas, se temos artifícios para aprendermos mais rápido e de forma segura, porque não utilizar? Vaidade? Soberba? No caso da fé, temos os sacramentos, os santos, o evangelho, os encontros, as missas... enfim, vários artifícios para nos apoiarmos.

Há também pessoas que aprendem a andar de bicicleta “na marra”. No meu caso (e acredito que de muitos) pedi a minha mãe que me desse um “grande empurrão” numa pista reta para que eu aprendesse de vez. Bom... Foi um método arriscado... Poderia ter me “estrupiado” todo no chão! No caso da fé, você pode quebrar a cara várias vezes até aprender de verdade (acho que isso acontece muito, né?), principalmente se tentarmos dar passos mais largos do que podemos (como no caso que pegamos uma bicicleta muito maior do que a gente e pede para alguém nos empurrar).

Concluo dizendo...

Nos momentos de “aridez espiritual”, quando se sentir desmotivado e “pesado” para continuar fazendo o que estava fazendo antes, não abandone o processo. Tenha a certeza que na verdade você evoluiu de estágio e está precisando de mais auxílio para seguir em frente. Não hesite em pedir a Nossa Senhora que Deus nos conceda mais fé e determinação para nos “mantermos pedalando”.

Deus não nos abandonou e nunca nos abandonará, mas Ele, por amor, deseja que peçamos a Ele essa ajuda. Se assim não for, podemos seguir uma falsa liberdade que na verdade é uma escravidão. Ficar refém de “métodos” que não nos levam a evoluir espiritualmente.

Deixo para vocês dois vídeos do Padre Paulo Ricardo:

Como combater a preguiça espiritual

Leia o texto: "Como combater a Preguiça Espiritual"

O que fazer contra a aridez espiritual

Leia o texto: "O que fazer contra a Aridez Espiritual"

Fernando Petersen
(Publicitário, estudante de Comunicação Social)

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